Caso Samarco: revelações durante audiência em Londres apontam suposto envolvimento direto da BHP no desastre de Mariana, segundo escritório

A Audiência de Gerenciamento de Caso (CMC) da Ação Inglesa Mariana, iniciada em Londres, trouxe à tona revelações impactantes sobre o desastre ocorrido em Mariana, Minas Gerais, em 2015. Em destaque está um e-mail crucial enviado por um ex-executivo da BHP, mineradora anglo-australiana, que lança luz sobre o envolvimento operacional da empresa na gestão da barragem de Fundão, contradizendo suas alegações anteriores de ser apenas uma acionista passiva na operação da mina.

O e-mail mencionado, enviado pelo ex-chefe de divisão da BHP e membro do conselho da Samarco, Marcus Randolph, ao então diretor executivo da BHP, Andrew Mackenzie, revela que a BHP havia solicitado anos antes um relatório independente sobre a segurança da mina, o qual foi apresentado à diretoria da Samarco. Essa evidência sugere um conhecimento prévio da BHP sobre os riscos iminentes de colapso da barragem, contradizendo sua posição de mera acionista.

Os advogados do escritório Pogust Goodhead, representando cerca de 700 mil atingidos, argumentam veementemente pela responsabilização da BHP pelo desastre, baseando-se no controle exercido sobre a Samarco, seu envolvimento na gestão da mina e seu conhecimento dos riscos envolvidos.

Durante a audiência, diversas evidências apresentadas pelos advogados das vítimas contestaram as alegações da BHP, incluindo o mencionado e-mail de Randolph demonstrando preocupações sobre os riscos da barragem.

ES FALA: informação página oficial do Instagram do escritório Pogust Goodhead

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Revelações impactantes surgiram durante a Audiência de Gerenciamento de Caso (CMC) da Ação Inglesa Mariana, que começou hoje (18) e ocorre até amanhã (19), em Londres.

Um e-mail enviado por um ex-executivo da BHP, mineradora anglo-australiana, no dia seguinte ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), demonstra que a BHP havia requisitado, anos antes, um relatório independente sobre a segurança da mina e apresentado à diretoria da Samarco. A existência do e-mail sugere o envolvimento operacional da BHP na gestão da barragem e sua ciência dos riscos iminentes de colapso, contradizendo as alegações da mineradora de que era uma mera acionista, sem participação na operação da mina.

Os advogados do escritório Pogust Goodhead, que representa cerca de 700 mil atingidos, argumentam a favor da responsabilização da BHP pelo desastre por conta de seu controle exercido sobre a Samarco, de seu envolvimento em sua gestão e de sua ciência sobre os riscos de rompimento da barragem.

Durante a audiência, várias evidências apresentadas pelos advogados das vítimas contradizem as alegações da BHP. Uma delas é o e-mail enviado por Marcus Randolph, ex-chefe de divisão da BHP e membro do conselho da Samarco, ao então diretor executivo da BHP, Andrew Mackenzie, no dia seguinte ao desastre. Nele, Randolph detalha seu envolvimento na Samarco e sua preocupação com os riscos da barragem.

O processo corre na justiça inglesa porque a BHP – que, juntamente com a Vale, são donas da Samarco – é anglo-australiana. O julgamento de responsabilidade está marcado para outubro de 2024.

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